No museu do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, consta um retrato do padre Francisco de Brito Guerra (1777-1845), de autoria do pintor Moura Rabello, de quem também se fala nesta série, datado de 1966. Moura Rabello é autor de diversos trabalhos da galeria do Instituto.
Francisco de Brito Guerra, o padre Guerra, nasceu na Fazenda Jatobá, município de Campo Grande, ex-Augusto Severo, em 1777. Seus biógrafos anotam que começou a instruir-se com o padre Luís Pimenta Santana, no Assu, e, em seguida, passou a ter lições no sertão de Pernambuco, com o conhecido “doutor” Manoel Antonio.
O pai faleceu cedo, a mãe, com dificuldade, sustentou a família, e o professor não se furtou a ensinar ao menino, mesmo sem receber, escrevendo apenas para dizer que se contentaria com o que fosse possível mandar.
Padre Guerra ensinou latim em Baturité/CE até que ingressou no Seminário de Olinda/PE, em 1800, ano da fundação. Ordenado, ficou no Recife como professor de Latim. Já em 1802, é pároco em Caicó, e em 1810, vigário com escola de latim na sede de sua paróquia.
Em 1830 é suplente de deputado, e em 1831, deputado, com a morte do titular. Em 1832, fez parte da sociedade anônima que fundou o primeiro jornal do Rio Grande do Norte, O Natalense, que foi impresso até 1837.
Em 1833, como deputado, teve papel importante na questão de limites com a Paraíba, envolvendo a região do Seridó. No fim, vitória do Rio Grande do Norte.
Em 1836, foi eleito senador, cargo vitalício, e em 1837, já tinha tomado posse tornando-se o senador Guerra. Manoel Dantas conta a saborosa anedota do charuto servido pelo senador a dois compadres no seu sobrado em Caicó, que achando que era coisa de comer, picaram e comeram com farinha.
Francisco de Brito Guerra veio a falecer em 1845, estando sepultado na Catedral em Caicó
----
Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.
Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagem: Maria Simões