Vicente Simões Pereira de Lemos nasceu no dia 28 de outubro de 1850, em Recife, Pernambuco. Filho de Vicente Herculano de Lemos Duarte e Bernardina de Senna Lemos Duarte.
Vicente de Lemos se formou em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito de Recife, no dia 13 de novembro de 1873, tendo estudado com intelectuais como Joaquim Nabuco, Tobias Barreto, José Hygino Duarte Pereira, Castro Alves e João Baptista Regueira da Costa.
Em 1874, passou a exercer o cargo de promotor público de Macau/RN, para que ficasse mais próximo de sua família, no Recife. No ano seguinte, 1875, se casa com a também recifense Maria Olindina Bulcão, com quem teve 6 filhos: Vicente Simões Pereira de Lemos Filho; Bellarmino de Lemos; Maria Amélia Soares de Araújo; Maria Izaura de Lemos Medeiros; Carlota Olindina de Lemos; e Bernardina de Senna Lemos Duarte.
Foi também promotor público em Assu em três diferentes ocasiões, e, também, na cidade de Mossoró. Além disso, foi juiz em Caicó, Canguaretama e Natal. Posteriormente, tornou-se desembargador, cargo que exerceu até se aposentar, em 15 de abril de 1918.
Na seca de 1904, foi presidente de uma das comissões organizadas em Natal, sendo responsável pela restauração do Baldo e pelo conserto de várias outras obras públicas, visando a melhoria da qualidade de vida dos flagelados que se abrigaram na capital.
Uma de suas maiores contribuições ao Rio Grande do Norte aconteceu no período de 1901 e 1903, quando foi comissionado pelo então governador Alberto Maranhão, para procurar, analisar e transcrever provas documentais, em Recife, acerca da povoação de Grossos (hoje município), questão em disputa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará.
Foi durante este trabalho minucioso de pesquisa que Lemos percebeu a importância de o Rio Grande do Norte ter o seu próprio instituto histórico, e, assim, o IHGRN foi criado em 29 de março de 1902. Vicente de Lemos chegou a presidir a instituição no período de 1910 a 1916, sua alma mater.
Lemos faleceu em 3 de dezembro de 1918, vítima de arteriosclerose que o flagelou durante anos, mas que não o impediu de, mesmo doente, se mostrar tranquilo, sem nunca se queixar da sua precária saúde. Lemos trabalhou em prol do Estado até cerca de 7 meses antes de falecer. Morreu pobre, certo do dever cumprido para com a terra que adotou como sua.
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Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.
Artigo: Pedro Simões
Imagem: Maria Simões (a partir de tela do acervo)