segunda-feira, 16 de maio de 2022

Nísia Floresta

 
    Dionísia Gonçalves Pinto nasceu no Sítio Floresta, arredores de Papari, Rio Grande do Norte, em 1810, e seria escritora e educadora. Dionísia Gonçalves Pinto é Nísia Floresta Brasileira Augusta, como se tornou e ficou plenamente conhecida.
    Quem explica cada um dos nomes é Cascudo: Nísia é final de Dionísia; Floresta, vem do sítio onde nasceu; Brasileira é da sua nação; e Augusta do seu saudoso e amantíssimo marido Manuel Augusto de Faria Rocha. O segundo. Pois, primeiro, fora casada com o pernambucano Manuel Alexandre Seabra de Melo.
    Nísia andou por Recife, Porto Alegre, onde ficou viúva, e Rio de Janeiro, onde educava as moças no Colégio Augusto.  Em 1849, fez a primeira viagem à Europa. Lá, conviveu com Auguste Comte e Alexandre Herculano, entre outras figuras do seu tempo. Esteve na Alemanha, Itália, Grécia e França. Escreveu e publicou livros em francês e italiano, vindo a morrer em Rouen (Ruão), na França, em 1885, quando já era célebre. 
    Desde 1948, Papari chama-se Nísia Floresta. Lá repousam os seus restos mortais, os quais foram trazidos ao Brasil, em 1954, por causa de uma lei iniciativa do senador Luiz Lopes Varella, após seu túmulo ter sido descoberto, no ano anterior, no cemitério de Rouen, pelo jornalista Orlando Dantas. Os dois, o senador e o jornalista, são naturais do município potiguar de Ceará-Mirim.
    A efígie de Nísia Floresta, desenho de Corbiniano da Silva Villaça (1873-1967) e obra do escultor francês Edmond Badoche, é parte do acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. A peça pertencia a um monumento na Praça Augusto Severo em homenagem à escritora.
    Quem conta é Lauro Pinto em Natal que eu vi: “a efígie em bronze da consagrada escritora Nísia Floresta foi colocada em uma alameda do logradouro que foi o majestoso jardim da Praça Augusto Severo, no dia 19 de março de 1911. A efígie era cravada em uma linda coluna de granito”. Segundo o memorialista, foi posteriormente removido e ninguém soube mais até que foi parar no acervo do Instituto, onde hoje se encontra para quem quiser ver.

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    Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagem: Maria Simões