segunda-feira, 6 de junho de 2022

O pintor e escultor Hostílio Dantas

 

    No museu do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, encontramos um trabalho do pintor e escultor Raimundo Hostílio Dantas (1894-1975). Trata-se de um retrato do seu tio, o cônego Estevam José Dantas (1860-1929), de quem já falamos nesta série, que foi doado à instituição em 1947. É apenas uma amostra de uma larga produção que reúne outras figuras e espaços locais.
    Nascido em São José de Mipibu, vivendo uma temporada em Natal, e, depois, partindo para o Rio de Janeiro, onde faleceu, Hostílio Dantas foi professor de desenho da Escola de Artes e Ofícios e do Atheneu Norte-Riograndense.
Era educado, paciente e cortês, segundo Protásio de Melo, professor de inglês das filhas do escultor, e que frequentava a casa do artista. Conta, ainda, Protásio: “Na sala de sua casa em Natal, havia uma grande quantidade de quadros, a crayon e a óleo, que ele exibia, e também algumas esculturas pequenas”.
    Umas das consideradas obras-primas de Hostílio Dantas, que não usava o prenome Raimundo por desgostar, é o busto do padre João Maria, até hoje na praça de mesmo nome, na Cidade Alta, próximo à sede do Instituto Histórico, parte do monumento erguido por iniciativa do devoto, e sócio do IHGRN, Pedro Soares de Araújo Filho. Tudo foi inaugurado em 1919.
    Segundo Protásio de Melo, as informações foram colhidas em Artes Plásticas do Rio Grande do Norte, de Dorian Gray Caldas, e identifica alguns dos outros trabalhos de Hostílio que apontam motivos locais: cópia a lápis do retrato do cantador Fabião das Queimadas; desenho de um navio cargueiro no estuário do Potengi que chegou a ser capa da revista da Petrobrás; quadro Fortaleza dos Reis Magos; desenho do teto da Igreja do Galo, em Natal; esculturas de São Pedro; zimbório da igreja do Alecrim; estátua do padre João Maria e placa de bronze do padre João Maria visitando os pobres ao pé da estátua; busto do professor João Tibúrcio; medalhões de Nísia Floresta, Augusto Severo, Pedro Velho, entre outros. E onde andará tudo isso?

Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagem: Maria Simões