A partir do artigo publicado no “Dossiê Temático Municípios do Rio Grande do Norte”, presente na Revista IHGRN 97, publicamos hoje um trecho sobre o município de Vila Flor. A imagem é uma arte da bandeira do município, extraído do livro "Bandeiras e Brasões de Armas dos Municípios do Rio Grande do Norte", da professora Anadite Fernandes da Silva. Boa leitura!
“Vila Flor”, João Alves Galvão Neto
O centro de Vila Flor é um sítio histórico urbano onde podem ser imediatamente observados uma Igreja e uma Casa de Câmara e Cadeia, prédios construídos no século XVIII com estrutura em pedras e tijolos. Esse espaço foi um aldeamento carmelita, mas que se sobrepôs em uma área de longa ocupação pré-histórica. A cerâmica indígena, lascas líticas, ossos, cachimbos e fusos de tear encontrados no sítio histórico do centro de Vila Flor podem nos remeter à pré-história desse povo. Durante os séculos XVI e XVII, a região foi ocupada por grupos que falavam o tupi e que se autodenominavam potiguara. Foram possivelmente os nativos da aldeia de Gramació os primeiros que mantiveram contatos com os europeus que chegaram à região. Não há relatos sobre essa aldeia durante o século XVII, a não ser no contexto da Guerra do Bárbaro. Não há elementos concretos que comprovem o fato, entretanto os indícios fazem suspeitar que a aldeia tivesse sido extinta durante a reconquista ibérica e retomou a atividade no século XVIII.
Em 1700, um grupo de nativos da etnia tupi teria recebido uma légua quadrada de terra para formar um aldeamento organizado por missionários católicos na região de Gramació. Não existem informações claras sobre a origem desses nativos para confirmar se eram os remanescentes da antiga aldeia de Gramació ou se vieram de outras. A área do aldeamento inicial é pouco menor que a área atual do município.
Artigo: João Alves Galvão Neto
Imagem: Anadite Fernandes
Fotografia: Maria Simões