A partir do artigo publicado no “Dossiê Temático Municípios do Rio Grande do Norte”, presente na Revista IHGRN 98, publicamos hoje um trecho sobre o município de Currais Novos. A imagem é uma arte da bandeira do município, extraído do livro "Bandeiras e Brasões de Armas dos Municípios do Rio Grande do Norte", da professora Anadite Fernandes da Silva. Boa leitura!
“Currais Novos: a princesa do Seridó”, Yuma Ferreira
A história do município de Currais Novos confunde-se com a da criação de gado e de abastecimento de carne das diversas províncias do nordeste, cujo impulso ocorreu, sobretudo, a partir da costa baiana, estendendo-se pelo Recife e toda a região do rio São Francisco, Piauí, Maranhão, serras da Borborema, Cariris e Ibiapira. Sobre a criação de gado na província do Rio Grande do Norte, Câmara Cascudo ressaltava que havia tanto gado na região que era capaz de suprir a Paraíba, Itamaracá e Recife.
Tal ciclo econômico, para utilizarmos os marcos divisórios tradicionais da história do Brasil, foi considerado por muitos pesquisadores como fator preponderante para o povoamento do interior do sertão nordestino, assim como fora a presença dos bandeirantes para o desbravamento dos sertões das regiões que hoje correspondem ao sudeste, centro-oeste e sul do país.
A marca da atividade econômica que deu origem ao município apresenta-se já a partir do próprio nome escolhido para o batismo da cidade, Currais Novos, numa alusão à disposição de três currais feitos de troncos de aroeira para atender à ampliação da criação de gado do filho primogênito de Cipriano Lopes Galvão - considerado o primeiro povoador da região, na confluência entre as terras do Totoró e do rio Maxinaré.
Artigo: Yuma Ferreira
Imagem: Anadite Fernandes
Fotografia: Maria Simões