terça-feira, 4 de outubro de 2022

Nomes da terra

 
    “Nomes da Terra” é mais um título de Câmara Cascudo voltado para a cultura local. A primeira edição foi lançada em 1968, pela Fundação José Augusto, e uma segunda edição foi publicada pela editora Sebo Vermelho, de Natal, em 2002.
    Cascudo fala, na página 60, que este livro começou a ser escrito em junho de 1929 e foi finalizado em setembro de 1952. Ainda na mesma página, escreve “O ensaio chamar-se-ia TOPONIMIA NORTE-RIO-GRANDENSE, e assim foi divulgado. Ficou, entretanto, esquecido numa gaveta durante quatorze anos, Em 1966, reencontrei-o voltando o namôro, expresso na tarefa renovadora, multiplicando os verbetes, retificando as versões apressadas, flôres do prematuro entusiasmo de amador.”.
    Seu título, Nomes da Terra, se deve a etimologia da palavra "toponímia'', que vem do grego e significa “nome de lugar”. 
    Seu autor, Luís da Câmara Cascudo, nasceu em Natal em 1898, exerceu diversas profissões, tendo apreciado o tempo como jornalista e, posteriormente, como pesquisador e escritor. “Encantou-se” em 1986, após anos escrevendo os frutos de suas pesquisas para jornais, revistas e livros. Até hoje é um dos maiores pesquisadores de etnografia e folclore, tendo escrito diversos livros que são referências nas mais diversas áreas. 
    O foco do livro é a toponímia dos municípios do Rio Grande do Norte, porém o autor sempre a relaciona com a história e geografia, dando à obra um valor igual ou maior do que uma enciclopédia. Acerca da história envolvida, ele relata fatos dos tempos de ocupação da província, no século XVII, até dados relacionados aos municípios que ocorreram no século XX. 
    A apresentação é feita pela filha do autor, Anna Maria Cascudo Barreto; posteriormente há uma carta de Theodoro Sampaio em resposta a uma correspondência de Cascudo ao qual ele pergunta sobre a origem de determinados nomes de municípios potiguares; por fim, há um magnífico prefácio feito por Manoel Rodrigues de Melo, deliciando o leitor antes mesmo de se deparar com os escritos do autor. 
    Este é um dos livros de cabeceira que os potiguares deveriam ter!

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    Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Pedro Simões
Imagem: Maria Simões