“Acervo do patrimônio histórico e artístico do Estado do Rio Grande do Norte” foi publicado pela Fundação José Augusto, ano de 1981. Trata-se de um inventário do patrimônio do Rio Grande do Norte no que tange a arquitetura civil, militar, religiosa, sítios arqueológicos e relíquias.
O autor, Oswaldo de Souza (1904-1995), foi também professor de piano e compositor, conta Umberto Peregrino nas orelhas da primeira edição do livro. José Bezerra Gomes ainda assinala: Souza foi fundador da revista do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN. No currículo, ainda consta a organização do Museu do Sobradinho, hoje Museu Café Filho, na rua da Conceição, em Natal.
Quando chegou a Natal a serviço do IPHAN, Souza assumiu por definitiva a missão de levantar os bens históricos e artísticos do Rio Grande do Norte. E trabalhou pela restauração. De Jeep e a cavalo, andou pelo Estado providenciando o reconhecimento para tombamento, pois quando chegou, em 1961, só havia aqui tombado o Forte dos Reis Magos.
O seu trabalho foi inventariar e promover o tombamento, arrolar e construir relatórios em série para encaminhar à diretoria do IPHAN. O livro é mais um resultado deste esforço.
Correr ao índice permite encontrar a divisão que o autor propôs para apresentar o acervo. A primeira parte reúne o Marco de Touros, a Fortaleza dos Reis Magos e o Fortim de São José de Genipabu. Na sequência, agrupa a arquitetura não-religiosa, casas da câmara, casarões como o Ferreira Torto e palácios como o Potengi. Acompanha registros fotográficos.
Em patrimônio religioso, igrejas e ruínas de igrejas e uma única capela, a do Rosário em Acari, e também o Cruzeiro de São Sebastião e o frontispício do cemitério de Arêz. Depois, segue para as imagens de arte sacra e oratórios para então dedicar-se às inscrições rupestres em Jardim do Seridó, Acari, Sítio Novo e Parelhas.
Uma segunda edição saiu em 2019 pela editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a Edufrn e está disponível em versão digital de forma gratuita no repositório institucional da Universidade. Nesta edição, as orelhas de Peregrino se transformaram em currículo do autor ao final do livro.
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Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.
Artigo: Gustavo Sobral
Imagem: Maria Simões