segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Notas para a história do Rio Grande do Norte

 
    “Para tal, muito me esforcei”, considera Olavo de Medeiros Filho (1943-2005) o autor de “Notas para a história do Rio Grande do Norte”, uma publicação da Unipê, ano de 2001, que é uma continuação de “Aconteceu na Capitania do Rio Grande do Norte” (1997), do mesmo autor. Medeiros Filho mesmo explica que são “capítulos independentes entre si, todos eles versando sobre temas ligados à antiga Capitania do Rio Grande do Norte, no seu período colonial”.
    Olavo Medeiros Filho é um bom exemplo de como o autodidatismo pode ser profícuo para o conhecimento histórico, escreve o historiador Arno Welling numa resenha sobre o livro que publicou na Revista IHGB (162, 2001), acrescentado também que aos trabalhos de Medeiros Filho se pode atribuir empatia com a pesquisa documental e acuidade crítica.
    José Octavio de Arruda Melo, na apresentação ao livro, é outro que exalta o trabalho impresso por Medeiros Filho, uma fusão da história com a geografia, o que o aproxima de Capistrano de Abreu de quem captou a noção de espaço geográfico, antropológico, econômico, social, político e militar e o utiliza como ferramenta para compreender a ocupação do território do Rio Grande do Norte.
    O livro apresenta um total de 26 estudos que tratam em sua totalidade do período colonial, nos quais se incluem capítulos, entre outros, que tratam do problema da exata localização dos pontos histórico-geográficos visitados pela esquadra de Pedro Alves Cabral, refutando uma a um os argumentos de Lenine Pinto, autor de uma tese que defende que a esquadra cabralina aportou no Rio Grande do Norte e não na Bahia.
    A casa de pedra do sítio Coqueiros, praia de Pirangi, também é tema de um dos estudos. Medeiros Filho acredita que tenha sido erguida na segunda metade do século XVI, pertencente aos franceses que a utilizavam como armazém para guardar mercadorias objeto e trocas com os potiguares. Também está no livro a ocupação do Rio Grande por Mascarenhas Homem em todos os detalhes. E assim, como diz Welling, Olavo de Medeiros Filho, acrescenta o melhor aos estudos da capitania potiguar entre os séculos XVI e XIX.

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Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada no jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Gustavo Sobral
Imagem: Maria Simões