A partir do artigo publicado no “Dossiê Temático Municípios do Rio Grande do Norte”, presente na Revista IHGRN 98, publicamos hoje um trecho sobre o município de Nísia Floresta. A imagem é uma arte da bandeira do município, extraído do livro "Bandeiras e Brasões de Armas dos Municípios do Rio Grande do Norte", da professora Anadite Fernandes da Silva. Boa leitura!
“Nísia floresta - o município terra do camarão e do baobá”, Gutenberg Costa
Antes da dita colonização e da quase totalidade da exterminação indígena no Rio Grande do Norte, os donos das terras eram os nativos Tupis, que aqui viviam sossegadamente, plantando e pescando na grande e farta lagoa repleta de peixes, conhecida com a denominação de “Paraguaçú”, depois chamada de “Papary”. Hoje, esta bela e histórica lagoa, só é reservada para pesca e muito engrandece a localidade de “Morrinhos”.
Os portugueses aqui chegaram e logo foram avançando no progresso de suas posses a todo custo. Vão constituindo família e construindo seus casarões, fazendas, criação de gado e engenhos de cana de açúcar.
Em relação aos negros que aqui viviam, só para se ter uma ideia, a região de São José de Mipibu, que compreendia a parte conhecida como Papary, antes da lei Áurea, tinha um contingente de 822 escravos, segundo o nosso primeiro historiador oficial, Manoel Ferreira Nobre (1824 - 1897); em sua obra, de 1877, que também nos dá notícia desta antiga Vila de Papari, na pág. 179:
“O território desta Vila pertenceu ao município da cidade de S. José de Mipibu, até que, por lei provincial Nº 242, de 12 de fevereiro de 1852, foi elevada à categoria de Vila, com o título de Vila de Papari. População é de 5.176 habitantes...”.
A elevação desta à categoria de Vila é também corroborada pelo historiador Tavares de Lyra, em sua História do Rio Grande do Norte.
Artigo: Gutenberg Costa
Imagem: Anadite Fernandes
Fotografia: Maria Simões