sexta-feira, 21 de julho de 2023

A viagem da Comitiva

 
Por Gustavo Sobral 

    Era preciso conhecer a fundo a província, suas instalações, dificuldades, carências. Só o conhecimento traria o progresso. O presidente da província, Pedro Leão Veloso, não só sabia disso como, no ano de 1861, partiu com uma comitiva para conhecer o sertão. Uma viagem que duraria 44 dias. O conhecimento da realidade implicava colher, recolher, perguntar, anotar e registrar a realidade física, social, política e econômica da província. Era subir a sela no cavalo e percorrer léguas, comendo poeira, seja sol a pino, à tardinha, à noite, ou mesmo viajando pela madrugada fria e tranquila, por caminhos ainda desabitados, em distâncias entre serras, repousando em fazendas hospitaleiras, recebidos festivamente nas cidades com fogos, girandolas e banda de música. Afinal, tratava-se da autoridade máxima da província, a quem se devia respeito e consideração e, além disso, tratava-se da figura do viajante, e todo viajante é estrangeiro na terra que chega. A imagem é uma reprodução de uma página do jornal O Rio Grandense do Norte, edição de 16 de julho de 1861, que noticia  a partida da comitiva: hoje, 9 do corrente, pelas 8 horas da manhã partiu no vapor Jaguaribe, o presidente de província do Rio Grande do  Norte,  Pedro  Leão  Veloso, acompanhado do inspetor  da  tesouraria provincial, João Carlos Wanderley; do engenheiro Ernesto Augusto Amorim do Valle; e de um escriturário de sua secretaria e o ajudante d’Ordens,  não nominado, mas que é o sabido Manoel Ferreira Nobre. 

A comitiva
    Em 1861, a Comitiva do presidente da Província Leão Veloso saiu para uma viagem de 44 dias pelo sertão do Rio Grande do Norte. Foram e voltaram de navio e percorreram o sertão a cavalo. Agora, em 2023, Honório de Medeiros, André Felipe Pignataro e Gustavo Sobral pretendem refazer o itinerário em uma Comitiva do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.