Hoje, 9 de abril, celebramos o Dia da Biblioteca — símbolo do acesso democrático ao conhecimento e da valorização da memória coletiva. No passado, esses espaços eram exclusivos para nobres e elites. Hoje, pertencem a todos: são centros vivos de aprendizado, reflexão e cidadania.
No entanto, o acesso ao conhecimento não pode ser feito às pressas, nem à custa da própria informação.
A Biblioteca Peregrino Júnior, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, guarda um acervo precioso sobre a história, a cultura e a identidade potiguar. São obras raras, coleções temáticas, registros únicos — muitos deles insubstituíveis.
Por décadas, esse acervo permaneceu sem organização adequada. Desde 2018, iniciamos um longo e delicado processo de preservação e sistematização, com sérias limitações financeiras. Ainda assim, avançamos. Hoje, estamos na etapa de catalogação, uma das fases finais para que possamos garantir o acesso responsável, seguro e duradouro a esse patrimônio.
Por isso, embora as consultas e pesquisas ao acervo ainda estejam temporariamente suspensas, essa medida é necessária. Já sofremos perdas irreparáveis no passado. Não podemos permitir que o acesso apressado de hoje comprometa o saber de amanhã.
Preservar também é um ato de respeito com quem virá.
A Biblioteca Peregrino Júnior será, em breve, reaberta ao público com mais segurança, estrutura e qualidade. Seguimos firmes em nosso compromisso com a guarda, a valorização e a partilha da história potiguar.
Bibliotecas libertam. Mas antes de abrir suas portas, elas precisam estar fortes o suficiente para proteger aquilo que ninguém pode escrever novamente: nossa memória.
Texto: Pedro Simões
Imagem: ChatGPT