Maria de Miranda Galvão, a Sinhá
Galvão, nasceu em 06 de outubro, provavelmente, de 1866. Natural do Ceará, foi
casada com o negociante e ex-deputado João Chrisostomo Galvão, dono da João
Galvão & Cia, empresa do ramo de tecidos, que funcionava na Rua Chile, na
Ribeira. Com a morte do marido em 1920, Sinhá Galvão assumiu o comando da
empresa, juntamente com o filho do casal, João Galvão Filho.
Empresária e investidora de
títulos da dívida pública do Município do Natal, Sinhá Galvão era conhecida
pelas generosas doações à Igreja Católica. O seu nome e o de Amélia Machado, a
Viúva Machado, figuravam entre as doações mais vultosas para as festas de
padroeiros das igrejas da cidade, especialmente a festa de Santa Teresinha.
Pertenceu a Sinhá Galvão um dos
primeiros telefones da cidade do Natal, que foram instalados, após a conclusão
da rede apropriada, no ano de 1911, governo de Alberto Maranhão. João Maurício
de Miranda, recorda frequentar a casa da tia-avó e o telefone ainda funcionava:
“girava a manivela e falava com a telefonista. Aí pedia a ligação”, explica.
O aparelho está no museu do
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte para quem quiser ver.
Trata-se de um modelo para parede, em madeira, metal e cobre, movido à
manivela. A monitora e pesquisadora Roseli Apda Cipriani, do Museu do Telefone,
em Bragança Paulista, São Paulo, afirma: o telefone do Instituto é uma
verdadeira relíquia. Trata-se de um telefone magneto de parede, modelo da marca
Ericsson e um dos primeiros que chegaram ao Brasil, por volta de 1884.
Provavelmente, foi fabricado entre 1880 e 1882.
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Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do
acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no
espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal @tribunadonorte.
Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagens: Cedida por João Maurício de Miranda (1) e Maria Simões (2)