segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Vestes e peças sacras no museu do Instituto


    A igreja católica chegou ao Rio Grande do Norte nas caravelas. Os jesuítas Gaspar de Samperes e Francisco de Lemos foram os primeiros. Samperes desenhou a planta da Fortaleza dos Reis Magos, e os dois auxiliaram na paz com os índios. Missões e freguesias se espalharam, o tempo passou e a igreja local ficou subordinada à Prelazia de Pernambuco, à Diocese de Olinda, à Diocese da Paraíba, até, finalmente, em 1910, ser instalada a nossa Diocese. Arquidiocese apenas em 1952.
    O primeiro bispo foi Dom Joaquim Antônio de Almeida (1868-1947). Dele, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte conserva a batina, sobrepeliz e um chapéu prelatício. Outras peças pertencentes a figuras religiosas do Estado conferem raridade e importância ao acervo. Dentre elas, a estola do frei revolucionário de 1817, padre Miguelinho (1768-1817), e algumas peças do padre João Maria (1884-1905), o santo de Natal.
    As vestes apresentam a diversidade da indumentária religiosa, peças que se sobrepõem, ou não, atendem a um grau hierárquico e ao calendário canônico. Peças de uso pessoal, ou não, propriedade, muitas vezes, da própria paróquia, pois aquele que não tinha condições de arcar com as próprias vestes, a paróquia deveria oferecer.
    A estola, ensina o padre José Mário, é o símbolo do poder do padre. Veste mais importante. Utilizada sob o pescoço, abaixo da casula, bordada e com franjas. Os símbolos decorativos são a uva, o ramo do trigo e o peixe. A uva simboliza o vinho, sangue de cristo; o trigo, o pão, corpo de Cristo; e o peixe, o código secreto cristão.

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    Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagem: Maria Simões

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