segunda-feira, 7 de março de 2022

Augusto Severo e o Zeppelin

 
    Augusto Severo de Albuquerque Maranhão nasceu em Macaíba/RN no dia 11 de janeiro de 1864, e faleceu em Paris, na data de 12 de maio de 1902, aos 39 anos de idade, sendo filho de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e de Feliciana Maria da Silva Pedroza, nome de solteira. Teve treze irmãos, com os destaques para Alberto Maranhão e Pedro Velho.
Augusto Severo casou-se com Maria Amélia Teixeira Araújo, nome de solteira. Viúvo, manteve uma     união estável com a italiana Natália de Siqueira Cossini. Severo está sepultado no Cemitério São João Batista, Botafogo, no Rio de Janeiro, devendo os seus restos mortais ser transladados, em breve, para o Rio Grande do Norte.
    Em outubro de 1892, o governo brasileiro concedeu um auxílio pecuniário ao político e inventor Augusto Severo para fabricar o aeróstato dirigível “Bartolomeu de Gusmão”, que foi trazido ao Brasil em março de 1893. Em 1894, o dirigível realizou, sem sucesso, as primeiras ascensões ainda como balão cativo.
    No Brasil, Augusto Severo cultivou o sonho da criação de um dirigível gigantesco, destinado às travessias transatlânticas, denominado de “Jesus”, que voaria a cem metros acima do nível do mar, transportando até cem passageiros e mais a tripulação, todos confortavelmente instalados.
O “Jesus” não saiu da prancheta do aeronauta macaibense.
    Mesmo assim, em 28 de maio de 1930, vinte e oito anos após a morte de Augusto Severo, o Zeppelin (Zé Pelim para o povo em geral) sobrevoou o bairro da Ribeira, em Natal, fez manobras sobre a estátua do herói potiguar, deixando cair um ramalhete de flores com a seguinte inscrição: “Homenagem da Alemanha ao Brasil na pessoa do seu filho Augusto Severo”.
    Em 20 de outubro de 1933, o Zeppelin realizou nova homenagem ao nosso aeronauta, à noite, às 23:30 horas, na altura de duzentos metros, deixando cair do bordo, pendente de um para-quedas luminoso, uma coroa de flores sobre o monumento de Augusto Severo, com o povo na rua dando vivas e aplaudindo.
    No Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, muitíssimo bem guardado, encontra-se o ramalhete de flores lançado na direção da estátua de Augusto Severo.

----

Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Armando Holanda
Imagem: Maria Simões