Discurso proferido pela Governadora Fátima Bezerrra em 29 de março de 2022, na solenidade de comemoração dos 120 anos do IHGRN e posse da nova Diretoria (triênio 2022-2025). Na ocasião, a governadora recebeu o título de sócia honoris causa.
Foto: Raiane Miranda
Excelentíssima sra. presidenta, Joventina Simões Oliveira; excelentíssimo sr. vice-presidente Ormuz Simonetti, pelos quais cumprimento os demais membros dessa nova diretoria aqui empossada...
É uma honra para mim, fazer parte das comemorações dos 120 anos do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, nossa “Casa da Memória”, como carinhosamente era chamada pelo nosso ícone maior, Câmara Cascudo.
Em primeiro lugar, porque torno-me sócia da mais antiga instituição cultural do estado, no mesmo momento em que ela passa a ter como principal timoneira, uma mulher, a primeira mulher a ocupar a cadeira de presidenta do Instituto Histórico e Geográfico, dra. Joventina Simões Oliveira.
E em segundo lugar, e em igual importância, porque recebo a mais alta distinção do Instituto, que é a honraria de Doutora Honoris Causa. Um título que recebo com grande alegria e respeito.
Fundado em 29 de março de 1902, o Instituto foi, ao longo dos anos, adquirindo um dos mais ricos acervos sobre a cultura, a geografia e a história do Estado e do Brasil. E se tornou símbolo da difusão do conhecimento e da democratização do acesso à cultura como elemento fundamental para a transformação da sociedade potiguar.
Um povo só poderá ter orgulho de si se tiver conhecimento da sua própria história. Como afirma o grande Paulinho da Viola no samba “Dança da solidão”: “meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado/quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado”. Pois bem, ao longo de quase um século de atuação, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte consolidou-se como um dos principais repositórios de livros, estudos e documentos sobre a história do nosso estado, bem como acolheu em seus quadros intelectuais cujas pesquisas colaboraram para desvendar e compreender a riqueza cultural potiguar e as diversas etnias que compõem a população do estado.
Nosso governo, dra. Joventina, sabe da importância de respeitarmos, preservarmos e mantermos as instituições de cultura, porque elas executam um importante papel na construção da cidadania. Não à toa reabrimos, além da Biblioteca Câmara Cascudo, ano passado, a Pinacoteca do Estado, o Teatro Alberto Maranhão, a Fortaleza dos Reis Magos e a Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão. Recentemente, recebemos do IHGRN a doação de 1.700 obras literárias que vão compor o acervo da Biblioteca Estadual Câmara Cascudo, que foi reaberta no nosso governo, final de dezembro passado, após amargar oito anos de portas fechadas.
O Instituto Histórico e Geográfico tem importância incomensurável para o passado, o presente e o futuro das nossas gerações. E estamos atentos às demandas e necessidades que visam a sobrevivência de seu patrimônio material. Eu quero dizer a vocês que está em tramitação, com toda a prioridade do nosso governo, um projeto de lei que visa destinar recursos estaduais para subsidiar o IHGRN e corrigirmos uma verdadeira injustiça que é o fato de que o Instituto é o único no Brasil que não recebe verba estatual para ajudar em sua manutenção. Também destinamos recursos do estado para construção de um espaço cultural em parceria com emenda do senador Jean Paul Prates.
Meu jeito de governar, senhoras e senhores, é inspirado e pautado na construção de uma sociedade melhor que pressupõe, acima de tudo, amor, generosidade, justiça, igualdade, humanidade. E preservar a história e a memória, e torná-la acessível aos cidadãos - desta ou das futuras gerações - representa uma missão que exige profunda consciência de interesse público e coletivo.
Quero, mais uma vez, agradecer por esse momento por receber a honraria de Doutora Honoris Causa e por me tornar sócia do Instituto Histórico e Geográfico. E dizer que vocês terão em mim uma aliada para que aquela casa sobreviva e viva, com o respeito que merece por sua história e suas contribuições ao Estado, por mais 100, 200 anos! Muito obrigada.