segunda-feira, 9 de maio de 2022

Augusto Tavares de Lyra

 
    Augusto Tavares de Lyra nasceu na povoação da Macaíba, na noite de Natal de 1872, filho do coronel Feliciano Pereira de Lyra Tavares, comerciante e político, e de Maria Rosalina de Albuquerque Vasconcelos. Casou-se em Natal, no dia 21 de janeiro de 1902, com Sophia Eugênia de Albuquerque Maranhão, filha do senador Pedro Velho e de Petronila Pedroza.
    Tavares de Lyra fez seus estudos em Macaíba, Natal e terminou-os em Recife, onde bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais, em dezembro de 1892. Após sua formatura, abriu escritório em Natal, na Rua 13 de Maio (hoje, Rua Princesa Isabel) e foi redator do jornal A República, onde assinava a coluna ”Em vários tons”, onde defendia a reforma educacional e a formação do professor.
    Iniciou sua vida pública como deputado estadual, aos 22 anos, não tomando posse pelo fato de ter sido eleito, também, deputado federal pelo RN, de 1894 a 1904, destacando-se como líder da sua bancada.
    Eleito governador do seu Estado, em 1904, aos 32 anos, criou o Banco do Natal, posteriormente denominado BANDERN, e construiu a primeira sede própria para a Assembleia Legislativa do Estado e o prédio da sede própria do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
    Renunciou ao governo do Estado em 1906, por insistência de Pedro Velho, para assumir a pasta do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, na presidência de Afonso Pena, permanecendo nesse ministério até 1909.
    De 1910 a 1914, foi senador pelo Rio Grande do Norte, sendo líder do governo Hermes da Fonseca. A 15 de novembro de 1914, assumiu o Ministério da Viação e Obras Públicas, e seria o titular da pasta até o fim do mandato de Wenceslau Brás. Foi, ainda nesse período, ministro interino da Fazenda em duas ocasiões.
    Foi nomeado ministro, depois presidente do Tribunal de Contas da União, tomando posse a 30 de novembro de 1918. Foi relator da primeira prestação de contas de um presidente da República. Através desse ministério, aposentou-se em 1940.
    Como intelectual produziu incansavelmente. Sua bibliografia alcança cerca de 70 volumes, hoje, muitas raridades, destacando-se a primeira História do Rio Grande do Norte, de 1921, que no ano passado completou o centenário de seu lançamento.
    Em 1952, teve seu nome inscrito no livro do Mérito Nacional pelos relevantes serviços prestados à nação brasileira. Na ocasião do recebimento do diploma, no Palácio do Catete, o presidente Getúlio Vargas afirmou: “o ministro Tavares de Lyra é uma relíquia da Pátria!”.
    Por fim, no dia 22 de dezembro de 1958, no Rio de Janeiro, instalado em um apartamento alugado e repousando em uma cama obtida por empréstimo, o macaibense Augusto Tavares de Lyra fechava os olhos ao tempo e os abria para a eternidade, deixando o legado imperecível de um nome limpo e honrado, uma vida que no dizer do escritor Luís da Câmara Cascudo foi “uma linha reta, limpa e clara”.
    No museu do Instituto, está um retrato do ministro Tavares de Lyra.
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    Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Anderson Tavares de Lyra
Imagem: Maria Simões