O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte conserva em seu acervo um busto em homenagem ao padre Luiz Gonzaga do Monte (1905-1944).
Nascido em Vitória de Santo Antão, Estado de Pernambuco, aos 03 de janeiro de 1905. A família mudou-se para o Rio Grande do Norte em 1914, permanecendo três anos em Recanto, lugarejo de Currais Novos. Veio para Natal em 1917.
Em 1919, matriculou-se no Seminário de São Pedro. Sua Ordenação se deu aos 22 anos de idade, em 1927. A primeira missa, como sacerdote, foi no dia 20 de setembro do mesmo ano. Em 1933, defendeu tese para professor catedrático do Atheneu Norte-Rio-Grandense, para a cadeira de latim.
Dotado de apreciável inteligência, com o passar do tempo, tornou-se sábio, dominando “toda ciência do seu tempo”, segundo afirmação do seu biógrafo cônego Jorge O’Grady, autor do livro sobre ele, intitulado “Verdade e Vida”.
Exímio polemista em defesa da fé católica. Orador elogiável. Foi um dos sócios fundadores da Academia Norte-Riograndense de Letras, aos 14 de novembro de 1936, sendo o autor do seu Lema: Ad Lucem Versus, Rumo à Luz.
Poliglota, dominando uma dezena de idiomas, inclusive as chamadas línguas mortas: o hebraico, o grego, o latim. Conhecedor da cultura clássica greco-latina, o medievo e a renascença.
Escreveu a obra “Fundamentos Biológicos da Castidade” e o chamado Livro das Revisões, sobre o espiritismo, este inacabado devido ao seu prematuro falecimento, aos 39 anos de idade, em 28 de fevereiro de 1944. Deixou ainda escritas duas conferências: “Educação Moral” e “Formação Moral e Cívica da Mocidade”.
Escreveu muito em jornais da Diocese: “O Diário de Natal”, fundado em 1924, pelo bispo de então, Dom José Pereira Alves, e “A Ordem”, criado na gestão de Dom Marcolino Dantas. Anteriormente, colaborava no jornal “A Verdade”, editado, na década de 1930 pela Diocese de Caicó.
Nesses escritos, usava, às vezes, pseudônimos, entre os quais Menalcas, Luzarte e outros. Foi o primeiro intelectual do Rio Grande do Norte aclamado sábio. Dele, disse Câmara Cascudo: “o padre Monte foi a cultura mais ampla que possuímos”.
----
Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.
Artigo: Jurandyr Navarro
Imagem: Maria Simões