quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Artes plásticas do Rio Grande do Norte

 
    Um dos poucos registros gerais, na verdade um panorama das artes plásticas no Rio Grande do Norte no século XX, foi a tentativa do múltiplo e reconhecido pintor, tapeceiro, restaurador, poeta e ensaísta, o natalense Dorian Gray Caldas (1930-2017) em  “Artes plásticas do Rio Grande do Norte (1920-1989)”,  publicado em conjunto pela Edufrn, Funpec e Sesc, em 1989.
    Caldas se propõe a apresentar, a partir de um levantamento iconográfico e do registro biográfico e de vida artística de pintores, desenhistas, escultores, tapeceiros e xilógrafos, os artistas do seu tempo e os que vieram antes. 
    O próprio autor assinala, na nota introdutória, que optou por não definir escolas, estilos ou métodos, mas apenas registrar os artistas e seus trabalhos e o fez reproduzindo algumas obras e acrescido de registros dos catálogos de mostras e exposições deles. 
    Uma espécie de ensaio introdutório apresenta um pouco do cenário das artes no Rio Grande do Norte. A começar pelo trabalho do pintor, arquiteto e poeta Joaquim Fabrício Gomes de Souza (1855-1900). Chega aos anos 1920, com Erasmo Xavier e Adriel Lopes; aos anos 1930, com Murilo La Greca, Moura Rabello e Hostílio Dantas.
    Os anos 1940, com Cícero Vieira; anos 1950 e 1960, com Newton Navarro, Ivon Rodrigues e o próprio Dorian Gray Caldas no I Salão de Arte Moderna; até registrar a plêiade de artistas que se manifestam nos anos 1970, 1980, as vanguardas e movimentos, arte popular, artesanato e quadrinhos.
    Os nomes dos artistas estão listados por ordem alfabética do prenome. Tudo começa com Abraham Palatnik e termina com Zaíra Caldas Pereira. Os críticos e comentaristas de artes plásticas, colecionadores e entidades que dispõe de acervos artísticos são nomeados na sequência. 
    Relevante contribuição para o registro dos artistas e das obras, o trabalho de Caldas prova que há um cenário vivo e uma história das artes plásticas no Rio Grande do Norte a espera de ser contada, artistas a serem estudados, obras a serem conhecidas e um cenário das artes que merece ser valorizado.

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Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada no jornal Tribuna do Norte.


Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagem: Maria Simões