segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Nísia Floresta, sua efígie, Villaça e Badoche

 
    Dionísia Gonçalves Pinto nasceu no Sítio Floresta, arredores de Papari, Rio Grande do Norte, em 1810, e seria escritora e educadora. Dionísia Gonçalves Pinto é Nísia Floresta Brasileira Augusta, como se tornou e ficou plenamente conhecida.
    Quem explica cada um dos nomes é Cascudo: Nísia é final de Dionísia; Floresta, vem do sítio onde nasceu; Brasileira é da sua nação; e Augusta do seu saudoso e amantíssimo marido Manuel Augusto de Faria Rocha. O segundo. Pois, primeiro, fora casada com o pernambucano Manuel Alexandre Seabra de Melo.
    Nísia andou por Recife, Porto Alegre, onde ficou viúva, e Rio de Janeiro, onde educava as moças no Colégio Augusto.  Em 1849, fez a primeira viagem à Europa. Lá, conviveu com Auguste Comte e Alexandre Herculano, entre outras figuras do seu tempo. Esteve na Alemanha, Itália, Grécia e França. Escreveu e publicou livros em francês e italiano, vindo a morrer em Rouen, na França, em 1885, quando já era célebre. Hoje, o município onde nasceu, chama-se Nísia Floresta em sua homenagem. Lá repousam os seus restos mortais.
    A efígie de Nísia Floresta, desenho de Corbiniano da Silva Villaça (1873-1967) e obra do escultor francês Edmond Badoche, é parte do acervo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. A peça pertencia a um monumento na Praça Augusto Severo em homenagem à escritora. Quem conta é Lauro Pinto em Natal que eu vi.
    Registra Lauro Pinto: “a efígie em bronze da consagrada escritora Nísia Floresta foi colocada em uma alameda do logradouro que foi o majestoso jardim da Praça Augusto Severo, no dia 19 de março de 1911. A efígie era cravada em uma linda coluna de granito”. Segundo o memorialista, foi posteriormente removido e ninguém soube mais até que foi parar no acervo do Instituto, onde hoje se encontra para quem quiser ver.
    Corbiniano Villaça é também o autor do desenho do brasão de armas do Rio Grande do Norte, e destacou-se como um dos aclamados barítonos do seu tempo. Morou em Paris, França, onde aperfeiçoou seu talento e frequentemente andava em turnês pelo Brasil, em óperas nos melhores teatros, incluindo o Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão), e logo caiu nas graças do governador Alberto Maranhão, sendo convidado para reuniões e jantares do governo do Estado.
    Alberto Maranhão encomendou a Villaça, além do brasão de armas estadual e da efígie de Nísia Floresta, a estátua de Augusto Severo e o busto de Pedro Velho. O executor de todas essas obras foi Edmond Badoche, amigo e parceiro de Villaça.

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    Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagem: Maria Simões

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