segunda-feira, 1 de novembro de 2021

O historiador Tobias Monteiro e as estantes do Instituto



    Quem entra na sede do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte se depara, de imediato, com duas estantes altas de madeira repletas de livros a recepcionar os visitantes. Nelas está gravado: Tobias Monteiro.

    Tobias Flaviano do Rego Monteiro (1866-1952) foi jornalista, entrou para política, e uniu tudo isso no seu produtivo trabalho como historiador. Abolicionista em Natal, mudou para o Rio de Janeiro onde estudaria medicina, curso que não concluiu tragado pelo jornalismo e pela política.

    Colaborou em quase todos os jornais cariocas escrevendo sobre política. Foi oficial de gabinete de Ruy Barbosa, então Ministro da Fazenda, experiência que lhe rendeu o livro Funcionários e doutores (1916). Senador da República pelo Rio Grande do Norte e secretário particular do presidente Campos Sales, a quem acompanhou em viagem à Europa, e lhe rendeu o livro O Sr. Campos Sales na Europa: notas de um jornalista (1900). 

    Foi a decepção na atividade política que o levou aos estudos históricos, onde se destacou com trabalhos publicados acerca do Brasil monárquico e imperial, amealhando documentos importantes que deixou, em testamento, à Biblioteca Nacional, à época sob a direção de outro norte-rio-grandense, o historiador Rodolfo Garcia, quais sejam, 2.400 documentos de diversa natureza, datados de 1792 a 1943, incluindo o arquivo pessoal do historiador.

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Este artigo é parte de uma série de textos voltados à divulgação do acervo do IHGRN e da história do Rio Grande do Norte, veiculada aos domingos no espaço cativo do Instituto na coluna Quadrantes do jornal Tribuna do Norte.

Artigo: Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro
Imagem: Maria Simões