Atuante nas mídias digitais, inserido na rede, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte registra em imagem, fotografia e vídeo peças do seu acervo, as atividades da Casa e promove a gravação de palestras, seminários, depoimentos, falas e, neste processo, conta com a colaboração de Maria Simões. Maria Simões é graduada em Direito pelo Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN), fotógrafa e autora dos registros do primeiro catálogo do IHGRN. Atualmente, Maria Simões dedica-se à documentação das atividades no Instituto, organizando exposições e eventos. A entrevista foi concedida a Gustavo Sobral e Marcela Bulhões.
IHGRN: Em que consiste o trabalho de registro fotográfico e as gravações em vídeo de das atividades do Instituto?
Meu trabalho no Instituto é dividido em três pilares fundamentais: acervo, produção e divulgação. No acervo, a função básica é o registro de documentos e peças do acervo por meio do registro em imagem fotográfica. Como a Instituição ainda não dispõe dos equipamentos necessários para escanear documentos mais frágeis e que exigem mais cuidado no manuseio, a saída encontrada pela coordenação de Biblioteca, Arquivo e Museu é fotografá-los em alta qualidade e sem o uso de flash. Assim, a minha atuação no acervo está diretamente associada à digitalização. A produção, por sua vez, está associada à realização de fotos e vídeos para a criação de conteúdo referente à história, cultura e memória do Estado que são disponibilizados nos canais do Instituto no Youtube, Facebook, Instagram e blog. No pilar divulgação, o trabalho consiste na publicização das peças que compõem o acervo do IHGRN e no registro das atividades institucionais.
IHGRN: Qual a importância e o papel destes registros para a Instituição?
Além da digitalização por meio da fotografia dos documentos que, por hora, não podem ser digitalizadas com equipamento apropriado, os registros e a produção cultural em imagem formam um novo acervo para o Instituto, um acervo fotográfico e fílmico. O presente que hoje é registrado será o recurso que servirá aos pesquisadores no futuro.
IHGRN: Quais as principais dificuldades encontradas nas suas atividades diárias?
Tudo poderia ser resumido à falta de recursos financeiros que possibilitariam à instituição a contratação de pessoal especializado e a aquisição de equipamentos adequados para o trabalho. Embora não contemos com as condições ideais, não deixamos de cumprir os nossos propósitos com as condições de trabalho e equipamentos que dispomos. A isso, acrescentamos dedicação e ousadia. Desde o momento em que cheguei ao Instituto, em 2017, considero que tive os melhores mestres. O presidente Ormuz Barbalho Simonetti; a vice-presidente Joventina Simões; e o ex-diretor de Biblioteca, Arquivo e Museu, Gustavo Sobral, que, além de serem alicerce para as atividades que exerço, ensinaram-me a mais valorosa lição: trabalhar com amor e criatividade.
IHGRN: Qual o equipamento que é utilizado neste processo?
Uso equipamentos básicos e busco melhorar as captações aos poucos, por etapas. Quando comecei no Instituto, em 2017, trabalhava com uma Nikon Coolpix L120. Foi o equipamento que atendeu à minha necessidade naquele momento, mas, com o aumento das demandas, não me ofereceu espaço para crescer e satisfazer as exigências da instituição. Hoje, quatro anos depois, uso uma Canon Rebel T6, semiprofissional. Ainda há uma carência em alguns aspectos neste equipamento que procuro superar para corresponder às expectativas. Quanto à edição de vídeo, uso o Movavi, um programa bem intuitivo e que tem me ajudado a cumprir as tarefas. Mas ainda pretendo me aventurar mais neste campo. Já em relação à fotografia, procuro sempre usar como editor o Adobe Photoshop e, quando preciso de uma edição rápida e com os equipamentos que disponho no momento, uso o Lightroom e o Snapseed no celular. E o PhotoScape que também ajuda bastante.
IHGRN: O que representa participar das atividades do IHGRN?
Uma necessidade básica (risos). Pode parecer bobagem, mas me encontrei em cada momento que tenho vivido no Instituto. Sinto que estou onde deveria estar e me sinto privilegiada por isso. Conheci pessoas que considero incríveis, as quais carrego com muito carinho no coração e que, além de afeto, proporcionaram-me um caminho de aprendizados. Agradeço a Ormuz Barbalho Simonetti, o presidente, pela oportunidade que me concedeu de colaborar e trabalhar no Instituto; a minha tia, Joventina Simões, vice-presidente, por me convidar para ajudar ao Instituto e permitir que crescesse sob sua orientação; e a Gustavo Sobral por incentivar meu trabalho; e agradeço também a todos que trabalharam e trabalham comigo: Maria das Graças Bezerra, seu Manoel Bezerra, José Lima, dona Sofia Mesquita e Lúcia, que sempre me ajudaram a compreender o que o Instituto represente e sempre estiveram dispostos a me esclarecer até o mais simples detalhes relativos ao acervo e às atividades do Instituto. O meu muito obrigado a todos.
O Instituto - 120 anos
Fundado em 1902, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande completará 120 anos em 2022. É a mais antiga instituição cultural potiguar. Abriga a biblioteca, o arquivo e o museu mais longevos em atividade do Estado. Promove exposições, palestras e atividades voltadas à manutenção e divulgação da cultura, história e geografia norte-rio-grandense e publica a sua revista desde 1903, a mais antiga em circulação no Rio Grande do Norte.
A série institucional é alusiva às comemorações dos 120 anos do IHGRN, celebrados em 2022. A instituição, sua fundação e acervo, entre imagens, vídeos, entrevistas e outras produções especiais serão exibidas. Convidamos todos a conhecer o universo do Instituto, a Casa da Memória.
Foto: Maria Simões